domingo, 3 de outubro de 2010

A desgraça

A desgraça corre nas ruas...
As diferenças e os azares
dos que se conformaram
parecem deixar para trás
a revolta e a vergonha...

ai corre...o tempo passa.
o cheiro transpirado não o sinto
as lágrimas não lavam a minha alma
só pedem para voltar para o
meu canto

eu era um aparte...
ou não...

A desgraça corre no pensamento...
consciente e descrente,
esta gente ainda esboçava um sorriso,
mas o seu olhar estava abatido...

O fracasso...transformou-se
em trauma o perdão esqueceu-se
valorizou o relativo e
desfigurou o objectivo
tornou-o único no tempo...


Porquê...
porque quando caminho...
vejo sempre esta miséria...
as recordações não se lembram
e ainda me martirizam...

sufocam e empurram-me para o
canto o silencio cala-se
e eu falo sozinho da consequência
dos meus defeitos...

porque...
era imenso o pensamento...
o coração...porque queria
ver o que estava distante
tropeçava...
no que estava a minha beira...

era imaginação ela não corre
persegue...era outra realidade
criada...para todos e com todos...
era alguém...

mas era imenso...incrível
eram tantas as escolhas...
que eu com medo hesitava

sabia que não era o fim
mas sim a curiosidade de saber
qual era a acertada...

eu remoía no meu canto..
enquanto olhava para as ruas...
as minhas ruas

Lá diante quando lá chegasse
sabia que havia algo mais distante
e nada a parava... a desgraça...

a depressão...que só
um vicio tolerava...

Autor:
Tiago Campos

1 comentário:

  1. "As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido." Fernando Pessoa

    Se és tu neste lindo e triste poema,
    Quero dizer-te,

    Há que lutar, querer a mudança, renascer das cinzas e olhar em frente.
    Traça o teu plano, não estás sozinho.

    Vê mais além! Acredita.

    Adoro-te,
    Beijo
    Inês

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