domingo, 19 de dezembro de 2010

A Identidade

A Identidade


Hoje voltei a sentir
o cheiro a mofo
deste local fechado...
algo não está bem...
a manhã escurece a sombra
e noite mata-a...

Depois,
ao outro dia...

Acordo um pouco mais velho
e vejo outra vez a sombra
a sombra do que fui e sou
o que construí caiu...
o que estava em pé
se desmoronou...

e cobriu de pó
o meu espelho...
aonde me via e desejo
sim...o pó...
me fez fechar as janelas...
terei de ir para outro lugar...


Em consciência suspiro
engoli a saliva calado
ao jantar levo alguma comida á boca
depois deito-me com as duvidas
em interrogação


Já tarde e cansado do nada
só e comigo ouvindo
o saltitar dos ponteiros
do meu relógio...
adormeço...

È mais um dia
o tempo marca o passo
hoje outra vez só...
a espera de motivação
de captar uma essência
se torne em mim aptidão

A noite escurece...
a sombra desaparece
e mais um dia em que não esquece
que se envelhece...

A espera cansa e entristece
deixa-me só mais esta noite
sem identidade...rumo
e fragilidade...

o que sou ou faço...
vale algum dinheiro
o tempo que perco
não vale o sacrifício que passo
não paga a fome...

e nisto risco a pele e espero…
ele escorre melhor...
que as lágrimas
da lamentação…

O sangue ensopado é limpo...
o pano sujo queima-se...
enquanto não faz crosta e seca
a mutilação desvia a atenção

Já tarde…
Embebedo-me....e feliz

Acordo esquecido...
levanto-me, abro a janela
forma-se a sombra
mas hoje eu limpo o meu espelho.

Autor:
Tiago Campos

domingo, 31 de outubro de 2010

Obsessão

De onde vieste...
que desejo crias-te
larga-me, deixa-me!
leva esta crença...
este pensamento

Leva esta obsessão
sabes..que não és
importante
sabes que não tens
razão...

Larga-me...leva tudo
esta ideia errada
esta razão cercada
não há nada a adiar...
não quero mais divagar.

Foram ideias carentes
sementes mal espalhadas
experiências arrastadas(forçadas)
regressa ao teu leito
tira a mão do meu peito

Leva a preocupação
a vontade apertada de gritar
e a obrigação
que se tornou preconceito
caminha distante...

O tempo por nós...
já passou nada deixou
e nada marcou...
de tudo o que trouxeste
leva aquilo que não pedi

Leva esta imposição
esta duvida...
leva as perguntas em vão
não posso flutuar
na tentação

eu não me atiro...

Quero cair...
na areia do meu deserto...
rebentar com esta revolta contida...
quero meu ar para respirar
ter uma sede de viver(vida)

eu não quero ser um martir
desta minha crença...
Liberta-me e foge...
enquanto olho para a lua
e(se) solta uma corrente de ar


Autor:
Tiago Campos

domingo, 3 de outubro de 2010

A desgraça

A desgraça corre nas ruas...
As diferenças e os azares
dos que se conformaram
parecem deixar para trás
a revolta e a vergonha...

ai corre...o tempo passa.
o cheiro transpirado não o sinto
as lágrimas não lavam a minha alma
só pedem para voltar para o
meu canto

eu era um aparte...
ou não...

A desgraça corre no pensamento...
consciente e descrente,
esta gente ainda esboçava um sorriso,
mas o seu olhar estava abatido...

O fracasso...transformou-se
em trauma o perdão esqueceu-se
valorizou o relativo e
desfigurou o objectivo
tornou-o único no tempo...


Porquê...
porque quando caminho...
vejo sempre esta miséria...
as recordações não se lembram
e ainda me martirizam...

sufocam e empurram-me para o
canto o silencio cala-se
e eu falo sozinho da consequência
dos meus defeitos...

porque...
era imenso o pensamento...
o coração...porque queria
ver o que estava distante
tropeçava...
no que estava a minha beira...

era imaginação ela não corre
persegue...era outra realidade
criada...para todos e com todos...
era alguém...

mas era imenso...incrível
eram tantas as escolhas...
que eu com medo hesitava

sabia que não era o fim
mas sim a curiosidade de saber
qual era a acertada...

eu remoía no meu canto..
enquanto olhava para as ruas...
as minhas ruas

Lá diante quando lá chegasse
sabia que havia algo mais distante
e nada a parava... a desgraça...

a depressão...que só
um vicio tolerava...

Autor:
Tiago Campos

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O sinal...

caminhando de frente para o sol
sinto o suor do que penso
uma luz tão forte que tal como a escuridão
me cega e a cada passo estou atento


no entanto sem me aperceber o meu inconsciente
trouxe-me aonde eu queria, mas inesperadamente
não sabia o que sentir, e não me pronunciei...
divagando em suposições eu te chamei...


e quando te olhei nos olhos, não perguntei o que
queria nem pensei, chamado a razão eu me bloquei
...este silencio que nem o sorriso e olhar solta
nada nos pergunta nem nos diz o que ambos queremos...


e não...o embaraço ansioso calava-se
e num sentimento acriançado imaginava um beijo teu
o começo de algo desprepositado, que para descomprimir
dizia algo banal para dispersar...


e tudo se ofuscava, o sinal
era o tal que estupidamente nos chamava louco
e nos puxava para trás no passo em frente
e com rodeios o tempo passava...


não arrisca nem saciava a duvida do coração
e acabava com emoção a pedido do medo
assim ficava abraçado a tentação
acabando nesta solidão...

Autor:
Tiago Campos

Porquê tu

Um olhar frontal
fez-me sorrir
uma reacção envergonhada
conteve-me e nada disse

como és bela...

é O teu sorriso carismático
o teu olhar confiante...
e a tua voz firme contagiante...

intrigado...

Penso...em segredo...
esperando impacientemente
o sinal e o momento
para este seja revelado...


é esta atracção inesperada
que me prende preplexo
será coincidência?
séra especial...

e pergunto-me...
quem és tu...
porque que é que me iluminas
e me deixas curioso

sim...porquê eu e tu...
hoje...agora..
é um momento...uma ocasião?
sem explicação e continuação...


dá-me pistas...
diz-me para onde vais
que isto tem lógica...
ou sentido...

e que o instinto
tem um coração
um destino e nos revela
uma paixão...

Autor:
Tiago Campos

O beco...

Num beco sem escolhas
olhei para trás e vi o medo
de viver e de morrer
fechei os olhos mas não me
conseguia deixar adormecer

eu não sou quem penso
não gosto de nimguem
nem de mim...esta pressão
esta pressão..que só sai
com um golpe no meu corpo...

(mas)e o sangue que escorre
já não lava o meu rosto
só seca o meu corpo
é tão forte...
tão forte como o pensamento

como a fraqueza...
ao desprezar o amor...
os outros num mundo
quando nada tem valor
no fundo...

Quando o nosso egoismo
não nos defende
nos entregamos demais
a quem nos prende
é o medo...

eu olhei para trás..
e vi...o medo de viver
e de morrer...por muito
quissese....

Autor:
Tiago Campos

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O fim do dia...(o deitar)

Hoje foi mais um dia...
em que senti a vida passar
ao lado daquilo que penso…

é mais uma noite…

em que me deito na cama
e tento reconstruir os meus sonhos...
para não acabar mais frustado

um dia como muitos outros
em que sinto um tédio profundo
e vejo que estou a mercê de tudo

Em que não vivo apenas sobrevivo...
eu não ando mas arrasto-me
em que nada construo e pouco respiro…

Não sei...porque me apaixono
por quem não quero ou só gosto
de quem me despreza...

Não sei…porque as minhas aptidões
não coincidem com os meus gostos,
porque ninguém ouve as minhas preces…

é como se nunca conseguisse o que queria
mas sim o que me esperava...
e o destino sentenciava

E torna-se difícil acreditar…
Que estes sonhos vão continuar
E que o tempo não me faça mudar…

Autor:
Tiago Campos

Larga-me

Quero largar tudo...
deixar o que me prende
quero sentir que posso começar
construir do inicio sem ter
que acabar...


eu quero largar tudo
esquecer que vida é finita
e sentir que numca é tarde
para recomeçar nem voltar...


todos me puxam e prendem
e tecem os seus juizos
do que desconhecem e sinto
nao saberão como penso
nem qual será a minha pena


não importa...

sim...quero deixar-me ir
para onde o instinto me diz
que a liberdade não tem regras
e ter certeza que sim
que é isso...

que...
não há um grande compromisso
se mudo ou não me repito
ou se dei o do dito por dito
sem receio eu admito


sem medo eu quero largar
pensando só...no que posso ganhar
o passado ficou la tras
bem longe com o perdão dado
eu solto-me...


e vou procurar agarrar sem apertar
recomeçar noutra inocencia
com outras asas e coração
levantando novas paixões
eu deixo-me ir

eu quero largar tudo
sem me conformar
ter a paz e saber
que tudo dei
ate que te encontrei

Autor:
Tiago Campos

Eminência da Essência

Eminência da Essência

é dificil perceber....
como pode isto acontecer
eu não sei o que fazer


és tu com quem (eu)quero caminhar
sem saber aonde vamos parar
porque nunca nos vamos perder


sei que para ti é dificil de acreditar
tudo isto parece não ter fundamento
e que parece a minha solidão
a abraçada á minha carencia


Mas este sentimento nao vai acabar
a tua ausencia trás mais saudades
do que era de esperar


eu não tinha qualquer intenção
mas não consigo ficar sem saber
se isto é loucura ou paixão?


Se é um sonho sem explicação
Diz me que sim, para eu possa acordar
que eu não consigo parar...


eu não me consigo acalmar
quero uma paz um amor
que só tu podes dar...


Para ti é dificil entender
não é uma simples atração
vai para alem do que possas pensar


és tu que eu quero ver
quando os meus olhos se abrirem
deparados com o teu olhar
és tu quem eu quero beijar...

Autor:
Tiago Campos

segunda-feira, 29 de março de 2010

entrega-te e possui-me

como me enlouqueces?.
eu gosto,confesso...só contigo
isto acontece e repete

esta vontade natural
e recorrente reaparece
sempre que estás presente

o meu pensamento não
esquece e ainda relembra
com és bela e atraente

confesso...

que despertas em mim
impulsos improprios
e irracionais

quero mais do que sexo
quero a tua entrega
o teu respirar ofegante
e teu olhar penetrante

quero...

os teus labios quentes
o abraço que nos prende
o sorriso e um arrepio
sem precedentes


liberta-me...
da-me dos teus beijos
não tenhas receio
do que daí começa

não resistas, dá-me!
eu gosto mesmo de ti...
entrega-te...


o olhar controlado
agora nos atrai para perto
para aonde nossas mãos
entrelaçadas nos puxam


perdidamente carentes
e apaixonados nos devoramos
com beijos esfomeados e suculentos

apalpando-nos e despindo-nos
e ao mesmo tempo a calma espera
e deixa tudo acontecer

como queriamos...

ate cair-mos na cama e num
êxtase mutuo explodimos
unidos nos deixa-mos melar

absorvidos em suor e odores...
nos largamos e adormecemos
esgotados...

Autor:
Tiago Campos

A obrigação

o que será?

ha um peso...
que me empurra para baixo
que ao caminhar

me deixa cansado...

há um frio...
que me faz encolher
e me deixa tremer

algo se esconde
que não quer paz
quer luta...e que
corra e olhe para trás

há um sufoco
que não me deixa respirar
e me apaga a luz para não ver

existe algo...
que não se mostra
e não responsabiliza o meu odio

não...
quem és...

que labirinto é este aonde
corro para não me perder

que me tira o apetite
e me deixa cansado e sem sono
e que me faz voltar a trás

porque me apertas
e me confundes
porque...te divertes

não...
quem és...

estes caminhos longos
que me fazem chegar sempre atrasado

estes caminhos mal escolhidos
estas opções demoradas
e a acção irreflectida...

onde o erro se assina-la
num inesquecivel trauma
onde corro ofegante...
para não me perder

existe um cobarde
que não se mostra
nem aparece...
que não perdoa
aquele...
que não se conhece

Autor:
Tiago Campos