terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O relógio

O relógio

Ao sabor de cada passo
Levo o sentimento
Aonde bate o olhar
Com o pensamento…
Bate…comigo.

E contigo?

Para onde vamos?
Ansiosos mas sem pressas
Contidos á razão
Com medo de cair
Em tentação e então…

Quem julgaria…
Quem visse ou pensa-se

O passo…
Cada um era igual ao meu
Chegaremos os dois,
A algum fim…
E até lá, bate….

Coração…

Bate…Bate por ti…
A cada passo,
Sorriso ou embaraço,
Desprezando o espaço,

Ali ou aqui…
Sem ressentimento,
Dá-me esse beijo,
Respira…
o momento…

Autor:
Tiago Campos

A consciencia

A consciencia

Olhei me ao espelho
Isento de pensamentos,
O meu corpo nada dizia…

Chato e mudo, saí
Tentei lá deixar a solidão
Parecia tudo estar bem,

Quis sair, ver o céu
O amor por algo,
parar o tempo…

Viver exacerbadamente
Uma loucura,
Um sorriso e um beijo…

Uma paixão,
Quis esquecer
O que penso de mim.

E por dentro
Em frente a mim
Via um vazio,

Um espaço,
grande demais para mim,
procurava uma causa,

uma distracção,
que desse mais de mim,
e tranquilidade a ti

Consciência...

Autor:
Tiago Campos

sábado, 26 de novembro de 2011

A dor

A dor

Dói-me quando acordo
o sonho acabou,
Estou noutra realidade
E não sei quem sou

Tanto tempo sem ouvir nada
Livre e sem ordens…
Ao silencio aonde ninguém
me diz onde estou.

Dói-me quando olho para trás
Lembro-me do que não quero
e não das razões que me aqui deixou
pergunto-me se me deixo deitado

Custa-me levantar este corpo
dar de comer ao ego e procurar
o meu orgulho desse passado
que não está no meu túmulo…

Não sei a direcção do futuro
Acordei sem alma, sem rumo
Alguém que apague essa luz…

Autor:
Tiago Campos

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Acidente

O Acidente

um instante passou
eu não vi
outro não reparou
escorrido de sangue
eu acordei

uma distracção
e a minha vida mudou
a noite chegou
ninguém me encontrou
preso ao sinistro

não me admito
culpado
desta fatalidade
estou preso
encastrado...paralítico

aguardo...
em sofrimento
a sentença
o destino…
que ele preparou

espetado
encarcerado
ensopado
no meu sangue
espero o anjo

que perceba o destino
rebolo-me
em dores
para me soltar
sem rasgar as feridas

mas numa cova caio
enrolado em silvas,
ratos, moscas e larvas
que o diabo ordenou
me corroem

antes que cicatrize...

vem me buscar
depressa, acabou!
sem pregos nem cruz...
no improviso
que ele me montou!

Autor:
Tiago Campos

O propósito

O propósito

Lamento,
que não saibas
a verdade que sou...
mostro-te o sorriso
que queres...

mas...
o que pensas de mim
altera a reacção
altera aquilo que sou...

sou forçado a ser
o que não sou
o que não sinto...
e engano a ética...
liberto-me, sem razão

e assim digo não
á verdade procurando
a paixão o momento
um sustento

o que aconteceu
foi um grito, um descuido,
que esconde honestamente
o mal que sou

para sorrir…

Ofereço o bom de mim
honestamente apago
Aquilo de mau….
Que penso ou sou…


Aquilo que gosto
O caminho que quero
e no qual eu vou,
O amor é grande…

e a vida...
uma descoberta..

Só os livres
vivem sem ti preconceito
Não entendo a duvida….
a imperfeição

só a certeza...

Só as experiências me dão
a mim uma razão…
que prova a nossa união
só o fulgor da emoção

A partilha, as carícias
o toque e a paixão..
que nos deixa cair
em tentação...

e ate a traição...
só a liberdade pura...
nos alimenta sem pressão
sem ciúme e preocupação...

só, o pensar,
o levar-te a pensar...
nos leva a acreditar,
que uma mentira ganha
assim a razão...

Autor:
Tiago Campos

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O Carinho

O Carinho

Tão bom
a tua companhia
a nossa partilha

Sorrir ao teu lado
a cada olhar

Tão bom…
Dar-te um abraço
Sentir os teus cabelos
o entrelaçar de nossos dedos…

Sentir o apertar da tua mão
o suspiro por mim respirado…
e cair por ti fraco…

Tão bom
O toque
dos teus labios ao beijar….

O encostar de nossos corpos
O cheiro do fechar
do nosso olhar…

Entregar-me,
deixar fluir
deixar jorrar…

o teu aceitar…

Tão bom
O sabor humido
dos teus beijos
a pele macia do teu rosto…
o calor do teu corpo

Que firme e esbelto
me enlouquece…
e o desejo quente
e incontrolavel…

Tão bom…
O nu do nosso toque
o arrepio ao passar
o carinho…o amor
que só tu me podes dar…

Dedicado a MJ

Autor:
Tiago Campos

sábado, 30 de abril de 2011

A descrença

A descrença

Hoje tal como ontem
não me apercebi
desmotivado ou chateado
baixei a cabeça
quando passou…

Hoje repetiu-se
a par da distracção
do desespero...
deixei passar
tudo o que tinha para dar

Perdeu-se...

Era hoje...
e quando menos contava
deixei escapar o que mais esperava
e ela foi-se…
deixando a esperança irritada

As vezes não vejo
outras duvido que vejo…
perdeu-se a oportunidade…
e inoportunamente
ansioso, deixou-me…

No meu rosto...

Viu a ignorância e era o medo...
que me faz permanecer atento
que ao mesmo tempo...
me pára no momento,
invade o pensamento.

Esta incomodada, foge...
não gosta da hesitação
não...a verdade não transparece
desta insinuação
desta falta de coragem

deitei-te fora...
quando estava aquém de mim
desperdicei o que queria
quando minha alma tremeu
uma falsa fé viste...

erradamente do meu eu

deitei fora!
deitei-te num lixo
e custa depois
da fome passada...

consumir-me
constantemente
nisto...

Autor:
Tiago Campos

O ignorar

O ignorar

Cá vou eu…
sempre a andar
não vou parar
o que se atravessar
é para eu saltar

nada tenho para dar
não é contigo
não é o que tenho...
Eu vou ignorar
hoje morri...

Morri para o mundo
não tem compreensão
não escondo nada
porque não há justificação
porque não há razão,

para a depressão
para a desilusão
basta estar a chover
e tu sem querer
entendes que te odeio

devido algo que pensas
que escondo no meu ceio
e amuado não digo
que gosto nem odeio...

sem que amanha
recupere a imagem
que deixo de mim...
que também ignoro
em desprezo eu morro

e mesmo isso...

que para mim acontece
e o sentimento que prevalece
no pensamento do meu meio
em que estou que não aquece...
do meu meio…

simplesmente ignoro
e parto em rumo
do que transpareço
para a solidão...

com ódio e remorsos
tentados pelo
em meu coração.

Autor:
Tiago Campos

A raiva

A raiva

Não...
já não há espaço
para mais um surdo,
ou um mudo aflito...
não cresças dentro de mim

deixei o tempo,
passar a minha frente...
e controlado...
a resposta ficou por dar
ao meu ego aborrecido...

ficou por dizer...
a ultima palavra
que não se fez ouvir...
e uma posição
ficou por marcar

ferve em mim
em revolta...
quer lá voltar...
quer se virar e dizer...
o que tem para falar

porque...

eu quero esquecer,
esse pé que me pisou
a maneira de falar
a arrogância estúpida
e precipitada...

Estou irritado
deixei e ficou acumulado(a)
com vontade de vomitar
neste mundo tonto e desorientado...
quero paz...

estou cansado...
vivo a correr
não me apertes...
não me sufoques
deixa-me viver

não interessa...
o que faço hoje
o que amanha sou
não quero ser

aquilo, que querem
ou pensam que sou

Autor:
Tiago Campos

A declaração

A declaração

Pára, ouve
não posso mais
falar sem te ouvir
sentir-te sem te tocar

sorri, olha para mim
pára, pensa! o que se passa
estou fraco, cansado...
de pensar só em ti

e tu...

o que sentes?
não escondas,
diz a verdade,
o que pensas de mim?

o tempo passa
liberta-me!
diz me que sim
estou doido por ti

Quero beijar-te
quero levar-te
deixar a ansiedade
de desejar amar-te

Vem, apetece-te!
ninguém explica
isso, ninguém sabe
sente, quer e esquece...

entende...

a cumplicidade que vivemos?
a saudade e o desejo
que cresce sem receios...
e te deixa sem meios

a ti e a mim...
e nos faz suspirar
de embaraço
vem para mim...

Dedicado a MJ

Autor:
Tiago Campos

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Indiferença ou Controlo

Indiferença ou Controlo

á volta...
nada de importante acontece
nada me diz respeito...

apesar...

de atento ao perigo e ao azar
eu transpareço ignorar
ouvindo vozes que me querem puxar

pensava,
perguntar a uma delas...

o que me queres levar?
não tenho nada para dar
nem nada para tu roubares

mas não...

tentei deixar de ouvir...
fosse o quê e qual fosse
era como se nada vale-se...

uma interacção sem interesse

mas o desconhecido é
desconfiado e a curiosidade
ansiosa....

e a coragem imóvel
sem vontade de agir
fingia ignorar o medo

e não bastava...
desprezar para magoar
era necessária uma revolta física

mas...

o sangue não escorreu
e a minha voz não se ouviu
sem luta eu vi-me perder um lugar...


distanciei-me...
adiei em mim a oportunidade

pensei...eu só comigo
será que não consigo
viver em paz...

sem essas vozes que ignoro
fingindo-me de surdo e mudo
não consigo viver do nada?

porque se criam em mim
fantasmas imaginados
que mal conheço...

porque tem de existir em
mim sempre uma realidade
perssentida de preconceitos?

era uma defesa sem ataque
era a tristeza que me levava
sem troféus sem nada

era a fuga a um problema
e a oportunidade de crescer
no enfrentar de um desafio

era um obstáculo ou um teste
a sorte ou o azar
não sei...

pelas duvidas...
dos sonhos pendentes
e dos chamamentos desprezados


e como um cão que puxa o dono
ate sentir o sufoco,
eu mudava o rumo de um sonho
preso a um medo ou desgosto

quando a minha trela alguém puxava...

Autor:
Tiago Campos

O desleixo dos seres

O desleixo dos seres

Vejo o desleixo dos seres
que com medo se afastam!
neste meu jardim
sem querer descobri...
sei o que ainda lá está

destapo a pedra
e o sardão acorda assustado
levanto a tampa e
um dos rato sai do esgoto
molhado...

debaixo de algo...
alguém está enfiado...

Por baixo, do vaso, as minhocas
se repelam agitadas
surpreso arrepio-me e largo-o
deixo-me levar pelo vento
que junta o lixo aos cantos...


o que todos largam,
o que não é de ninguém
é das moscas a sujidade
é das formigas o que cai
o que sobra e vai fora...

e sigo andando...
na estrada morre e seca,
ate a pele, o cão, o gato...
feliz a larva que o come

e ainda antes de um destino,
de o sonho e morte de algo
Um peregrino pensa melhor no caminho.

num melhor abrigo...

aonde se escondem essas feridas
como se esquece essas dores
e o que transpiramos por esse peso.

e nós o que nos consome...
o que nós comove...
andando e correndo, espreito
esconderijos das almas

transtornado pelos segredos
eu descubro, como os abrigos
que se escolhem condicionam
um futuro...

e assim corro com stress
como quem foge...
tiro o cigarro...´
fumo e limpo o olho
esquece quem foi
segue na multidão

e atira a beata
como uma má ideia
para o alçapão.

e molhado á chuva
choro, escondo essa razão.
esse amor essa recordação
eu como outro ou qualquer um
pensa em lavar-se
ao chegar a casa e fechar-se...

Que uma cheia arraste,
que os livre do empurrão
e da pressa social
que se mexe sem identidade
que leve os fracos...

os injustos!

que os faça cair de cansaço
nessas ruas da crise, fome
e fracasso em que todos
roubam liberdade e
o nosso espaço

Autor:
Tiago Campos

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Defeitos & Feitios

O espelho não reflecte
o meu ser pelos seus actos
mas eu lá estava tal como sou...
com os meus defeitos

Nada havia a fazer...

A vida era feita de distracções
onde tudo vemos,pouco reparamos
e mal interpretamos
presumindo os sentimentos

E recaindo tendenciosamente
em certas percepções
ao que chamo o feitio..

Com amigos e inimigos
numa realidade só minha
havia muito que amar e perdoar
e aprender a ignorar...

Mas era eu no meu tempo...
e no espaço que me coube ocupar
havia um momento, um julgar…

Num lugar que não era um altar
e a culpa teima em não esquecer
surgia a inveja de desculpar
um ser mais culpado que eu

Era de evitar...

Uns pouco sentiam e esqueciam
outros ignoravam e mentiam
era assim que se defendiam

Com pouco coração ou memória
e assim se protegiam sem pensar
no que perdiam e sabiam

A ignorância de outros
era a tranquilidade de muitos
em que cada qual se completava

Curiosamente era fascinante...
Como isso se consegue…
Ser feliz, amar a vida e ter alguém…

Num equilíbrio livre
Que ninguém desconfiava
onde se perdoava mais
que o que se julgava

Todo o defeituoso consciente
que era imperfeito se ria
admitindo...não querendo
ser um pobre diabo

auto-perdoava-se...


Autor:
Tiago Campos

O corpo

O meu corpo
parte dentro do caixão
perdi o controlo...

Levem-no enterrem-no

Levem a imagem do que sou
esqueçam como foi
e que agora fui e não avisei

Seco e branco
não respiro mas sinto
que algo cá ficou esquecido

ou mal agradecido

e agora sisudo
não sinto o rubro…
o escorrer das lágrimas...

que sustentam alma
que já não contentam este ser
paralítico e mudo

desço a terra
larvas, bichos
consomem sem dor

comam este meu
tumor, as feridas abertas
o não perdão e o rancor

cai terra e escurece…

venham e levem, esta pele
esta capa que me prende...
e o preconceito que ninguém entende

tomem conta de mim, desçam
pela história das minhas rugas
ao trauma ao pecado e ao tormento

Depressa, roam o
podre sujo e mudo..
levem o meu transporte...

que me fez andar e nadar
sempre atrás daquilo
que não sabia, a derivar..

cai terra...
deixem-me,
sair fora de mim...

sim, pairar...
ver-me de longe
e pela ultima vez me admirar

levo comigo o enigma
da morte a alma muda…
que em solidão permanece…

cai terra...
a minha boca fechada
não tenta e só pensa…

aonde pára, onde acaba
o que nunca se esquece...
aquilo que nem o tempo apodrece…

Autor:
Tiago Campos