O espelho não reflecte
o meu ser pelos seus actos
mas eu lá estava tal como sou...
com os meus defeitos
Nada havia a fazer...
A vida era feita de distracções
onde tudo vemos,pouco reparamos
e mal interpretamos
presumindo os sentimentos
E recaindo tendenciosamente
em certas percepções
ao que chamo o feitio..
Com amigos e inimigos
numa realidade só minha
havia muito que amar e perdoar
e aprender a ignorar...
Mas era eu no meu tempo...
e no espaço que me coube ocupar
havia um momento, um julgar…
Num lugar que não era um altar
e a culpa teima em não esquecer
surgia a inveja de desculpar
um ser mais culpado que eu
Era de evitar...
Uns pouco sentiam e esqueciam
outros ignoravam e mentiam
era assim que se defendiam
Com pouco coração ou memória
e assim se protegiam sem pensar
no que perdiam e sabiam
A ignorância de outros
era a tranquilidade de muitos
em que cada qual se completava
Curiosamente era fascinante...
Como isso se consegue…
Ser feliz, amar a vida e ter alguém…
Num equilíbrio livre
Que ninguém desconfiava
onde se perdoava mais
que o que se julgava
Todo o defeituoso consciente
que era imperfeito se ria
admitindo...não querendo
ser um pobre diabo
auto-perdoava-se...
Autor:
Tiago Campos
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